Biografia

De onde os sonhos crescem?

“Qual o poder que a arte tem nas nossas vidas? o que aprendemos com ela? o quanto ela é importante?

Para mim a arte é tudo, o caminho e destino final. Ela, ao mesmo tempo, nos faz viver e reviver, acreditar e reinventar o mundo para que possamos tirar o prazer máximo de cada segundo de vida que temos.

Vestido de Preto e Vermelho (as cores do guardião), tentando me encontrar em minha cultura desta vida e a ancestral. Lendo, escrevendo, pintando e pesquisando. Buscando a chave do conhecimento de Iansã, o legado simbólico.

Abrindo portas, pulando janelas costurando o céu com palavras de nuvens.”

 

Me chamo Diogo, nasci em Suzano/SP, moro na zona leste de São Paulo desde bem pequeno. Filho da professora Regina e do motorista/eletricista Cicero, que vieram do interior do Rio de Janeiro – Campos dos Goytacazes. Segundo de três irmãos, Thiago e Thais.

Hello, I’m Diogo Nogueira Silva (Nogue) – Graduated in visual arts and Graphic Designer. Working with Illustration, arte, design and novels.
Arte
Entre o desenho, pintura e objetos – Para saber mais da minha trajetória na arte  confira meu currículo, Projetos, Instagram e Portfólio
Ilustração
Focado na ilustração de livros, blogs e mídias diversas, com estilos desde o infantil até o realismo. Confira meu Instagram e Portfólio .
Literatura
Minha pesquisa literária permeia poesia, contos e romances. Saiba mais nos blogs: Zona Mental, Caixa dos Contos ou na área Downloads.
Design
Com experiência sempre nas áreas de criação e desenvolvimento de ideias. Confira meu currículo, Linkedin e Portfólio.

Minha história

Iniciei meu percurso na arte aos sete anos após Thiago, entrar em um curso de desenho. Vendo-o desenhar, me encantei com a possibilidade de criar universos. A partir dali, não tenho memorias longe de papéis, lápis e borracha.

Na busca por aprender técnicas e melhorar meu traço, utilizei o programa “A Mão Livre” com Philip Hallawell da TV Cultura para estudar, por lá conheço o trabalho do artista negro Octávio Araújo.

Fascinado pelo domínio da técnica e também por suas imagens de mundo surreais. Com doze anos, tento reproduzir suas litografias e acabo levando para todos os meus desenhos as referências e a forma de composição de Octávio.

Aos quinze anos entro para ETEC Carlos de Campos no bairro do Brás, com o objetivo de fazer o curso técnico de Design Gráfico. Lá conheço os professores Guilherme Vidal e Ismael Costa Dias. Por influência e ajuda de Vidal faço minha primeira exposição na escola – Psicodrama (2004). A mostra reunia desenhos feitos em grafite e textos poéticos que foram criados a partir das imagens. Como o título sugere, exibir meus trabalhos serviu como uma terapia, em um momento confuso da adolescência, a beira de uma depressão. A escrita então, entra como uma forma de libertação em minha vida até hoje. Com influências da fantasia de Tolkien, o rock gótico, grunge e pós-grunge, os desenhos dessa época carregam uma melancolia e angustia que não sabia nomear.

Em 2005 cursando o terceiro semestre do técnico em Design Gráfico recebo uma mentoria de Ismael sobre minha pesquisa em desenho desenvolvida no segundo período da Faculdade de Artes Visuais na Belas Artes de São Paulo. Este encontro amplia minhas referências artísticas e estimula meu processo de criação e pesquisa. Adicionando entre meus artistas de referência Daniel Senise, que me influencia com seus processos de criação e o corpo de suas pinturas.

A partir de 2006 nas aulas da professora e artista Katia Salvany, conheço a obra de artistas como Kara Walker e Trenton Doyle Hancock. A identificação é tremenda, tanto por serem artistas negros, como também por terem inquietações temáticas e plásticas parecidas com as minhas.

É nas aulas de desenho com Salvany que inicio o a pesquisa Imagens Vestígio, e pela primeira vez, deixo os lápis grafite para criar desenhos com acrílica, manchas e camadas.

Com investigações na abstração e também em formas de utilizar a figuração de forma criativa, acrescento as linhas, veladuras, silhuetas e máscaras em meus trabalhos.

Octávio Araujo, está presente como maior influência em minha produção. E a pesquisa sobre seu trabalho também me levantou as questões de como o racismo e o eurocentrismo se refletem na academia. O poder de imaginar, e a representação através dos fenótipos e simbolismos, são muito poderosos sobre nosso subconsciente. Se encaixar para ser aceito se torna quase que a saída automática. Mas, ela não é uma saída, e sim uma imposição sistêmica.

Deste modo, conhecer o trabalho de Rosana Paulino, Sidney Amaral, Emanuel Araujo, e também dos já citados Walker e Hancock, mudaram minha perspectiva de representação e também de temática. Durante a formação em arte, aprendemos muito sobre epistemologia europeia, e como a branquitude vê o que é arte como a legitima. O que apaga qualquer outra forma de enxergar a realidade como possibilidade.

Foi então que percebi a necessidade de me afirmar como um artista negro, e produzir arte que debate com essa forma de enxergar o mundo, falando da minha humanidade e minha experiência no mundo como homem negro.

Porém esta não é uma mudança fácil e automática, é preciso muitas leituras, vivências e repertório para fazer essa mudança.

O início deste caminho foi o meu TCC (trabalho de conclusão de curso). Busquei uma bibliografia que expressasse essa minha vontade de recuperar o meu passado e da minha cultura, porém em uma universidade elitista e bem distante da minha realidade, em 2009, não foi possível para mim encontrar. Foi então que tive a ideia de teorizar minha pesquisa seguindo o que a academia pedia. Mas apenas como um pretexto para falar dessa busca pelo passado. Desta inquietação que nasceu o conto “De onde os medos crescem” e juntei mais uma vez a literatura e as artes visuais em meu trabalho. Nele, além de buscar uma volta as memórias de infância, também busquei criar uma história de passado e legado de meus avós, que infelizmente, não tive a chance de conhecer e conviver. Este trabalho abriu pra mim uma nova perspectiva de como enxergar a minha produção na arte e na literatura e o poder que as narrativas trazem para o mundo.

Neste período também entro para um coletivo literário Fabulário, que investigava o tema da literatura fantástica, a partir das reuniões do grupo aprimoro minha escrita e conheço mais da cena no Brasil. O coletivo acaba em meio a produção do segundo fanzine “Faustico” (disponível para download em meu site) que debatia o personagem de Goethe e os pactos como estrutura narrativa. Que vão servir de inspiração para meus contos “Três Lampejos sobre sete vidas alternativas” e “Bosque da Solidão”.

O coletivo foi muito importante para evolução da minha escrita, me fazendo pesquisar e ampliar meu repertório na análise da forma e conteúdo na escrita. Também serviu para conhecer a cena literária do Brasil na época, indo em eventos, palestras e conhecendo o pior e o melhor do cenário.

.

Desde criança eu crio histórias, minha primeira tentativa de escrever um romance foi por volta dos dez anos, quando influenciado por contos Arthurianos e lendas gregas, iniciei uma história medieval. Não tenho nenhum registro mais dessa tentativa, porém devia estar bem ruim. Lembro de um dos dilemas na escrita de um capitulo em uma cena de café da manhã: O que será que se comia nessa refeição naquela época?

Diante desses dessas e de outras dúvidas, achei que não estava preparado para escrever aquela história.

Minha segunda tentativa foi a história de uma menina negra e órfã que tinha poderes mágicos e ia frequentar uma escola de bruxas e bruxos no Brasil e desvendar mistérios e crimes – se eu tivesse terminado, talvez teria feito sucesso como uma fanfic de Harry Potter por ai! (rs)

Já na adolescência, fascinado por Annie Rice, André Vianco e Tolkien. Eu tentei criar um universo pós morte, sem religiões e sem Sol, onde a lua dividia a noite com a completa escuridão. Neste mundo onde os rios são feitos de uma substância vermelha e viscosa, monstros, pesadelos e mistérios fazem as pessoas se organizarem em cidades trabalhando a luz da lua e evitando as horas de total escuridão. Chamado inicialmente de “Contos de Theradus” este livro ainda está em desenvolvimento e passou por remodelações durante esses anos. Porém é uma das histórias que mais quero contar no futuro.

Nesta época comecei a ler Gabriel Garcia Marques, Julio Cortázar, Italo Calvio, Edgar Alan Poe, Aldous Huxley, José Saramago, Chuck Palahniuk, Niel Gaiman. Apaixonado por criar universos não só na temática, mas também na forma de escrever e do do “Tomo/Corpo” do livro como um planeta por si só.

E percebendo como esse poder todo da criação apagava as pessoas negras de serem agentes ativos nas narrativas, isso abriu meu olhar e minha vontade de reverter essa realidade. A minha maior vontade agora, era produzir livros e histórias para aquela criança negra que fui, e que foi raptada por imaginários de homens brancos. Queria criar para uma menina, menino ou adulto personagens tão marcantes quanto os de Tolkien, ou J.K Rowlling.

Nesse caminho fui atrás de conhecer autores negros, como Alexandre Dumas, Machado de Assis, Cuti, Conceição Evaristo, os Cadernos Negros e muito mais. Assim reaprendendo com os que vieram antes de mim sobre como falar da negritude e discutir o momento atual da nossa realidade e humanidade.

Foi com essa vontade de aprender e me alinhar a minha subjetividade de homem negro que participei do curso do escritor e professor Plinio Camillo e junto com Katia Moraes, Shirley Maia e outros, encontrei parceiros de escrita e reflexão sobre nossa realidade. E assim, surgiu o coletivo Pretos Em Contos e os livros Pretos Em Contos Vol 1 e 2.

Para ser um escritor é preciso escrever, parece obvio. Porém esse fazer e produzir por muito tempo ficou congelado como uma vontade para o futuro, e me deixando apenas o aperitivo de me imaginar nesses lugares.

Foi em 2019 que decidi mudar isso, e saindo do mundo das ideias, coloquei em pratica e produzi o livro Pedra Polida – que reúne poemas escritos desde os meus quatorze anos. E depois em 2021 o livro Retratos Apagados que é uma coletânea de contos, crônicas e poemas. Muitos deles desenvolvidos nas oficinas de escrita do Pretos Em Contos. Outros como “Bosque da Solidão”, “Três Lampejos…” foram revisitados e finalizados para se adequar a minha visão afrocentrada que agora busco lapidar e exercer em minha escrita.

A primeira lição que aprendi com a vida, e que Gaiman resumiu uma vez em um discurso – Busque sempre o caminho que o deixa mais perto de seus sonhos. E assim me formando em Design Gráfico e Arte me possibilitou dominar o conhecimento de escrever, diagramar, ilustrar e imprimir meus próprios livros.

A segunda lição é que não basta sonhar e planejar, é preciso colocar em pratica e fazer – e assim, com organização e projetando etapa por etapa, vou colocando minhas ideias no mundo.

A terceira lição é que não somos ilhas e nem podemos fazer tudo sozinhos. É importante procurar ajuda, estar em comunidade e buscar evolução e desenvolvimento coletivo, visando não o bem pessoal, mas servir suas conquistas para que mais e mais pessoas possam conseguir também alcançar seus sonhos.

Foi o Diogo de onze anos que sonhou um dia em criar mundos e contar histórias, o de quinze anos que achou ser possível criar imagens que emocionassem as pessoas e que falassem das dores e felicidades do ser humano em nosso mundo.

Desde lá, uma enxurrada de ideias invadem minha cabeça todos os dias com projetos de trabalhos de arte, literatura, poesia e contos infantis. Tenho cadernos e anotações soltas sobre mundos que eu adoraria compartilhar com vocês.

Na literatura – são mais de dez ideias de romances, contos e livros infantis – partindo da pesquisa de mitologias africanas, a história de grandes figuras negras, e que abordam a autoestima, criatividade e perseverança dos nossos ancestrais. Desta forma quero deixar para o futuro um legado de ideias e subjetividades que ajudem nossos filhos e netos a imaginar um mundo melhor. Misturando fantasia, realismo mágico, afrofuturismo, ficção cientifica e muito mais.

Na arte – Junto com a literatura e a vontade de contar histórias, tenho projetos em pintura, objetos, instalação, performances e vídeos. Com o objetivo de falar da negritude não apenas como reflexo da escravidão e da diáspora, mas partindo da nossa história africana e brasileira, falar da nossa humanidade, ampliando nossa subjetividade, com o objetivo principal de curar as chagas do racismo e escravidão das nossas almas e subconsciente. Alimentando nossa subconsciente com imagens e realidades de futuro e de luta.

 

Com sua contribuição e apoio aqui, você estará me ajudando a ter tempo e recursos para produzir esses projetos, e também juntos, criaremos uma comunidade que pensa e discute as mesmas inquietações e buscamos soluções para libertar nosso imaginário e fomentar formas de ver o futuro para todos.

Só faz sentido produzir arte se for para compartilhar e inspirar as pessoas a serem melhores, principalmente aquele que cria. Sendo assim, em nossa comunidade vamos compartilhar conhecimentos e a medida que crescermos, mais ideias e novidades vão aparecer por aqui.

Confira as possibilidades de apoio e também as retribuições! Deixem também sugestões e confiram meu site para mais detalhes sobre minha produção e meus projetos!

 

Conto com vocês!

Faça Parte

Seja um colaborador da minha arte: Aproveite as obras originais, prints e produtos oficiais!

Se você gosta do meu trabalho, pode contribuir acessando a loja e conferindo os diversos produtos oficiais, obras originais e prints exclusivos que são uma ótima escolha para presentear você ou alguém que goste de maneira original e especial.

Siga minha página do face e instagram (@diogonogueart) . Obrigado!

É possível também contribuir através das campanhas no Apoia-se e Patreon, ou com qualquer quantia no pix

pix@diogonogue.com.br

show