Pretos Em Contos no Premio Jabuti

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Do inicio ao Jabuti

Jabuti – Um projeto que nasceu durante a pandemia, um grupo de desconhecidos começa a se encontrar virtualmente para escrever sobre nossas vivências e trabalhar um único sonho.

De bairros, cidades, e estados diferentes. Idades, gêneros e vivências distintas. Porém, unidos pelos traumas da diáspora, o racismo, mas também a ancestralidade, espiritualidade e vontade de contar histórias.

O que começou sem pretensões, acabou servindo de combustível e uma troca incrível entre os participantes. As aulas do Plínio Camillo e suas propostas disparadoras para a escrita criativa, junto com sua generosidade imensa, fez todos se desenvolverem e colocar pra fora gritos e protestos com forma, conteúdo e sintetismo.

Primeiramente, o resultado foi o e-book Pretos em Contos Vol-I que no contexto da pandemia, tentamos reverter a venda para ajudar alguma causa social preta. Infelizmente não vendemos muitos exemplares, porém doamos o pouco que arrecadamos.

Antes de tudo, vencemos uma barreira que parecia concreta para a maioria dos integrantes – a de escrever do nosso jeito, sobre o que acreditamos. No entanto, uma barreira a se vencer: lerem nossos escritos.

O livro impresso

Sem duvida, ser uma autor independente tem seus desafios. Afinal o maior, sem duvida, é se publicar e escoar sua produção. Não bastou escrever, queremos ser lidos e fazer nossas criações chegarem no coração e mente daqueles que se parecem conosco.

Foi assim que surgiu a necessidade de produzirmos o segundo volume em formato impresso. O livro físico consegue chegar mais facilmente para nossas comunidades.

Então Plínio junto a Cristiane Sobral e sua editora vieram com a proposta para colocarmos esse sonho no papel.

Para isso, criamos uma campanha de financiamento e continuamos produzindo. Essa estratégia foi ótima para chegamos a mais pessoas e criar um engajamento entorno do coletivo. E também, refletir sobre nossa produção e como ainda é difícil para o povo preto produzir e consumir cultura nesse pais.

A luta foi pegada, mas conseguimos produzir e fazer o lançamento on-line dessa vitória. No entanto não conseguimos comemorar em 2021, por conta da pandemia e também tivemos problemas para comemorar o lançamento presencial em 2022. Mesmo assim, pequenos lançamentos ocorreram em feiras, bibliotecas, saraus e encontros culturais.

A inscrição no Jabuti

Até mesmo a escolha de se inscrever ou não em um premio literário feito por uma estrutura racista que é o estado brasileiro foi um dilema para nós. Muitas discussões foram feitas e mesmo com opiniões diversas, acabamos aceitando participar da premiação, como uma forma de divulgar nosso trabalho. E buscar destaques em mídias de massa.

No pior das hipóteses, sabíamos que seria apenas mais um dia de luta em nossa sociedade.

Mas foi com grande felicidade que vimos nosso nome, primeiro entre os 10 depois entre os 5 finalistas.

Não levar o troféu não chegou a ser surpresa para mim. Porém foi uma ótima noite de encontro e festejo junto com os autores do coletivo, e o objetivo de divulgar nossa marca e com isso abrir portas para nossas produções, sem duvida, vai ser alcançada.

Agora, é trabalhar e produzir. Fazer esse coletivo que começou sem nenhuma pretensão, voar e fazer a diferença para nosso povo em diáspora.

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